sexta-feira, 6 de setembro de 2013

ensaio sobre o amor

                                               

      Certa vez me disseram que não se ama de uma hora para a outra. Não desacreditei, mas e tudo aquilo que aprendi ao longo da vida assistindo comédias românticas? Aqueles esbarrões nas calçadas que terminavam em casamento em menos de duas horas, o garoto mais lindo da escola que senta ao lado da garota mais esquisita e a transforma em uma princesa até o baile de formatura, o brilho nos olhos enquanto ainda desconhecidos cantam em um karaokê numa festa de fim de ano... Conversa pra boi dormir! Ninguém ama um desconhecido. Ou ama demais até conhecê-lo de fato. O amor é uma construção onde equilibradamente colocamos nossos tijolos, um a um, destruindo paredes.
      Não é fácil, é muito mais sério do que caminhar de mãos dadas ou pegar um cineminha numa tarde de domingo. Amar é um ato de coragem e ter coragem é agir com o coração, é peito aberto para receber o outro, sem filtros. É dividir para ser um. É desaprender. Trocar. Ressignificar. Você ama o outro, ou se ama no outro? Ninguém morre de amor, muito pelo contrário, morre por não conhecer o amor. Ou por confundi-lo com uma paixão meia boca qualquer. Todo amor que é dado, volta. E isso é lei, tarda mas não falha.
     Amar é bordar à mão a solidão de dois sem costurar os corpos, é manter firmeza na linha tênue. É um abraço menos apertado e mais abrigo. É lacuna... Se eu pudesse escolher, ficaria com o cinema americano.

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